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Bate Bola

Gastronomia também é entretenimento

Revista Negócios e Sabores-ED.12

Publicado em 10.02.2019

Priscila Sabará saiu do mundo da comunicação para mesclar entretenimento com gastronomia. Em 2012, criou a Foodpass, uma plataforma para todo tipo de evento relacionado a comida: jantares exclusivos, palestras, aulas de culinária, almoços pop-up. Em pouco tempo, a Foodpass se tornou indispensável para diversos negócios de gastronomia, que hoje em dia podem entrar, anunciar e vender seus eventos por conta própria em foodpass.com.br

Negócios & Sabores: Qual necessidade identificou no mercado que a plataforma poderia saciar? Priscila Sabará: Vi uma necessidade e uma oportunidade. Em 2008, quando [o chef catalão] Ferran Adrià veio ao Brasil, entendi que o mercado de gastronomia estava saindo da esfera de hospitalidade e caminhando para a de entretenimento. O segundo passo foi que trabalhei um tempo como assessora de imprensa, e criávamos eventos que não davam para converter. Isso para mim era muito angustiante. Faltava relevância.

Como se cria relevância em um evento de alimentação?

Quando você pensa em entretenimento, você tem de pensar como em um roteiro de cinema, pensar em todas as etapas da Priscila Sabará, idealizadora e fundadora da Foodpass. Este ano, a plataforma se tornará internacional experiência: como as pessoas são recebidas, qual a sequência do menu, que tipo de música tocará no ambiente. Não é criar um jantar harmonizado na terça-feira que não está enchendo o restaurante. Isso você pode tentar o quanto quiser, mas não tem relevância. As pessoas não se movimentarão.

Isso só vale para quem tem espaço físico?
Pelo contrário. A comida saiu do restaurante. A gente também é uma solução para pessoas autônomas e independentes que podem fazer eventos, dar aulas, divulgar seu serviço e seu conhecimento em outros espaços. O sistema de venda antecipada da Foodpass não só permite o planejamento e diminui as faltas, como também reduz o desperdício de alimento.

Para um negócio da gastronomia, qual a importância de trabalhar com eventos e pop-up?
É uma oportunidade de faturamento, de chamar seus clientes e construir uma história com eles. Criar motivo para o cliente voltar a se relacionar com seu negócio e, portanto, fortalecer seu conceito. Branding é autoconhecimento. Uma marca só pode ser construída a partir de características exclusivas e essenciais a ela.

“Uma marca tem de olhar mais para si e menos para o mercado. Não vai copiar o que seu vizinho está fazendo, e sim pensar: o que eu quero dizer? O que minha cozinha quer dizer? Qual é o comportamento da minha casa? O que tenho que é só meu? É assim que se constrói um conceito”.

Foto: Kiko Ferrite. Ilustração: pikisuperstar / Freepik.